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Afinal, quem são os adultos nesta história?



Os desafios que se colocam contemporaneamente aos educadores, parecem multiplicar-se diariamente. Uma profunda revolução humana está em curso com a emergência de novos valores, novas prioridades, novos interesses, novas descobertas…


Crianças e jovens vivem hoje num mundo em constante mudança, construindo e ajustando a cada momento visões do mundo, da vida e de si mesmos que os educadores têm, por vezes, dificuldades em compreender.


Educar os filhos, abraçando os desafios do seu desenvolvimento, é tarefa árdua para pais e para mães, que se sentem frequentemente com dúvidas sobre quais as respostas mais adequadas para lidar com as diferentes situações com que se deparam na relação com os seus filhos.


Urge promover uma atuação parental consciente e deliberada, que contribua para reinventar a relação entre pais e filhos, promovendo a verdade, a autoconsciência, a honestidade e a partilha permanentes, facilitando uma interação mais feliz, segura e saudável e uma vida familiar com mais significado e propósito. E é aqui que o coaching parental pode ajudar.


É comum querermos que os nossos filhos se tornem autónomos e independentes e também não é menos comum que as nossas ações sejam inversamente proporcionais ao que pretendemos, sem que disso tenhamos consciência. Uma das formas de promover a autonomia é precisamente a de permitir às crianças e jovens que aprendam, per se, as consequências dos seus atos. Vejamos um simples exemplo: a mãe que “obriga” o seu filho a comer porque sabe que, se ele não o fizer, mais tarde vai sentir fome, está, naturalmente, a tentar protegê-lo de algo que considera ser negativo para ele. No entanto, podemos também concluir para a mesma situação, agora vista sobre outra perspetiva, que está, em simultâneo, a impedi-lo de fazer por si próprio essa aprendizagem, utilizando uma forma de coerção (com toda a carga negativa que isso representa) em nada facilitadora do processo de aprendizagem da criança. A criança acabará, eventualmente, por comer, mas nada terá aprendido sobre as consequências do ato de não se alimentar regularmente pelo que, em situações similares, pais e filhos debater-se-ão, recorrentemente, com as mesmas questões.


O desafio que hoje aqui deixo, passa por olharmos para os nossos filhos numa tentativa de compreensão e de facilitação da expansão dos seus mapas e modelos mentais. Para isso, também nós, pais e educadores, teremos que expandir os nossos mapas para aprendermos a olhar para as situações de formas alternativas, ampliando perspetivas e alterando relações de causa e efeito ancestrais, que já não atraem as crianças e jovens de hoje.


Não esperemos que sejam eles a entender e integrar os nossos argumentos, só porque sim...


Afinal, quem são os adultos nesta história?

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