A cultura ocidental sempre olhou para o erro como algo a ser evitado a todo o custo. Somos programados para acreditar que errar é mau, que é sinónimo de fracasso, e que admitir o erro significa “pagar” por ele. Erro e culpa, acabam por andar, indelevelmente, de mãos dadas e é por isso que pessoas e organizações são tão avessas ao erro e tão disponíveis para adiar o mais possível a aprendizagem que podem retirar das suas ações menos eficazes.
Nenhuma organização ou pessoa parte para um desafio com o objetivo de falhar. Ninguém erra porque quer. Aquilo a que convencionámos chamar erro, designa apenas um resultado que não é o resultado que se pretendia atingir inicialmente.
A organização que aponta o dedo e que pune o erro, perde uma enorme oportunidade de aprender com ele para além de se empurrar para uma pretensa zona de segurança em que já não há margem para erro pois não se arrisca com medo de errar. E muitas vezes confundimos esta zona de segurança com competência ou com experiência profissional, quando na prática se trata de uma zona sem recursos, onde a criatividade, a inovação, a experimentação do novo, do diferente, não têm lugar. Usando a metáfora do futebol, a única forma de garantir que não se falha um penalti, é nunca arriscar marcá-lo…
Ao invés, a organização que olha para o erro como um resultado distinto do que pretendia alcançar, possui uma enorme vantagem competitiva. Antes de mais, aprende que a ação que empreendeu com vista a um determinado objetivo não é a ação adequada para o alcançar e sabe agora que se pretende um resultado diferente, terá que procurar soluções e caminhos alternativos. O erro é neste caso, um pré-requisito para o sucesso. E o pretenso “fracasso” afinal redundou em aprendizagem e experiência, que permitem, de imediato, reajustar a rota e navegar para outros mares.
Urge que as nossas organizações evoluam no sentido de desenvolver culturas de aprendizagem que proporcionem aos seus colaboradores contextos seguros para o “fracasso”. Fazê-lo, é alterar completamente o mindset vigente, incentivando processos de tentativa e erro, assunção de riscos e externalização da criatividade, ingredientes básicos de inovação.
Errar é preciso…
A propósito, veja a seguinte TEDx - Rethinking failure: Barbara Corcoran, BarnardCollege.
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